Mamãe voltou a trabalhar hoje e meu coração ficou em casa hoje, principalmente quando me toquei que não iria ver você se espreguiçar pra acordar. Minha licença/férias (138 dias) infelizmente chegou ao fim, eu sabia que tinha que voltar desde a primeira vez que te peguei no colo (sim, sofri por antecedência) já imaginava com quem eu teria que te deixar, se você iria pra creche. O plano A meu e do seu pai era que eu largasse o emprego pra ficar com você, mas aconteceram imprevistos então  tivemos que assumir um plano B ,  no qual eu tenho que continuar no emprego. Por isso estou aqui hoje,  destruída imaginando tudo que o que vou perder longe de você,  não só o que perdi hoje mas todo o seu desenvolvimento ao longo dias que vou trabalhar.
 Devia ser crime ter que voltar a trabalhar quando se tem um bebê que ainda nem saiu das fraldas, o última dia que vim trabalhar você estava comigo, dentro de mim e hoje eu sinto um vazio tão grande, uma saudade desesperadora que parece que estão me roubando o oxigênio, porque foi isso que você se tornou desde que nasceu,  meu ar.  
O mais engraçado é que justo hoje multiplicaram os bebês na rua, no trem, o que me dá mais vontade de voltar pra casa correndo pra segurar você nos meus braços, tantos bebês que me dão vontade de chorar , principalmente porque parecem ter sua idade, seus 4 meses e 15 dias, mamãe só ficou isso com você porque antes de saber que ia ter você ela já estava de saco cheio do trabalho e também porque sai 5 dias antes de você nascer de licença porque eu não aguentava mais fazer o trajeto pro trabalho com aquele barrigão, mas há quem diga que 4 meses foi tempo mais do que suficiente pra ficar com você, mas eu discordo com todas as minhas forças nunca haverá um limite de tempo para que eu fique com você.
Eu estou com tanto medo de você não gostar mais de mim, por não passar mais tanto tempo com você, medo de me estranhar, não  esticar os braços pra mim,  nem dar aquele sorriso banguelo.  Eu só irei ver você se espreguiçando pra acordar uma vez por semana, e não vai ter mais eu te perturbando pra acordar porque fiquei entediada enquanto você dormia,  espero que isso não diminua o nosso laço que você sinta um pouquinho a minha falta, que você entenda porque a mãe é tão apegada a você, que eu te amo demais <3



Parece que foi ontem que descobri que estava esperando meu Eduardo, lembro que já tinha feito os exames de farmácia e o teste caseiro que deram positivo,  mas queria ter certeza fazendo o exame de sangue (Beta HCG). Não fui eu que peguei o resultado e sim o bobão do Kaique,  eu estava no trabalho olhando o relógio o tempo todo pra saber se daria o horário de buscar o exame e quando deu a hora havia amigas mais desesperadas que eu. Eu liguei pra ele e quando ele disse que tinha dado positivo eu me neguei (por algum motivo que desconheço )a aceitar o que tinha escutado, por mais que já tivesse feito os outros. Fiz ele me levar o exame pra que eu tivesse certeza, Kah sempre foi cheio de pegadinhas de mentir sobre essas coisas pra me enganar, mas não dessa vez. Então nós se abraçamos (e quando digo nós quero dizer os três ) e por mais que eu já tivesse chorado com o primeiro teste de gravidez, deixei algumas lágrimas   de novo,  uma mistura de anseio com alívio por se confirma o que eu já sabia.  

Mesmo sabendo de algumas coisas durante a gravidez( reações, chiliques e dramas)que eu não esqueço, olhando para trás desse um ano parece que demorou um século pra passar (pelo menos enquanto o Edu estava na minha barriga ) demorou um tempo pra eu contar pros meus pais, um tempo pro Kah contar pros  pais dele (se me arrependo de algo é de não estar do lado dele nessa hora),  um tempo pra eu ser atendida porque estava com início de aborto, um tempo pra eu descobrir o sexo, um tempo pra perceber que as borboletas na barriga era o Edu se mexendo, e um tempão pra que chegasse a hora do parto.  E se eu tivesse a chance de escolher viver tudo de novo ou não engravidar, eu engravidaria de novo,  mesmo com todas as vezes que vomitei quando ainda não tinha terminado de comer ou estava com estômago vazio,  com todas as vezes que tive que segurar o choro. Porque tudo isso valeu a pena, porque eu amadureci muito mais nesse 1 ano do que com 21 anos vividos, porque me apaixonei mais ainda pelo meu menino depois de segura-ló nos braços e porque não me arrependo de nada que fiz por amor